Jogos em Série: Assassinato De Uma Franquia

A cada ano que passa vemos franquias se fortalecendo cada vez mais, ao ponto em que as grandes publicadores (Publishers), principalmente a Activision, começam a lançar títulos para estas a cada ano cravado. Call of Duty talvez seja o melhor exemplo desta tendência de se explorar o nome de jogos conhecidos ao máximo, principalmente por ser a franquia que melhor vende atualmente.

Mas o que realmente me motivou a escrever sobre isso foi um dos figurões da Activision falando que Guitar Hero perdeu o apelo do publico, e que com criatividade isso pode ser recuperado. Então porque ele e sua empresa, com os bilhões de dólares que arrecadam todo mês (eles recebem o dinheiro da Blizzard que vem do World of Warcraft, com 11 milhões de jogadores pagando 15 dólares por mês para jogar, fora as expansões, você precisa apenas fazer a multiplicação para ver a arrecadação mensal deles) não investe em renovar a série de alguma forma criativa? A resposta é bem simples na verdade: Criatividade significa risco, e donos de ações detestam riscos. Se os donos das ações não querem algo então os desenvolvedores não fazem, porque não vão ter o dinheiro destes investidores. O que os investidores esquecem, e é o motivo pelo qual o mercado brasileiro está tão faminto para crescer e não consegue, e o motivo porque franquias acabam morrendo por excesso de títulos (como aconteceu com o Guitar Hero, que tem mais de 20 títulos lançados, contando as aberrações para celular e todos os consoles existentes tem pelo menos um Guitar Hero.), é que o mercado de entretenimento, principalmente os games por serem novos comparados ao cinema e a música, é que são uma industria de risco.

Alguns dos MUITOS jogos da série Guitar Hero. E cada um custou no lançamento 60US$

Por mais que a industria tente reduzir esse risco, ela está na verdade queimando boas cartas para momentos incertos, onde um lançamento de uma franquia conhecida e consagrada pode ajudar a levantar o caixa. Tudo que ela está fazendo é embolsando o dinheiro do consumidor sem investir em pesquisa e desenvolvimento, que no mundo dos games significa franquias novas. Isso sem falar no risco enorme de se lançar um título antes deste estar apresentável. Jogos são produtos que precisam de tempo e dedicação para ficarem prontos e adequados. Apressar isso é a forma mais rápida de destruir todo seu trabalho (experiência própria).

Eu sei que é do interesse das Publishers evitar a perda  de dinheiro, mas comum número limitado de franquias, e com limitado quero dizer menor do que o possível destas Publishers manterem com a arrecadação que tem, elas estão se limitando e limitando o investimento no mercado. Quanto mais investimento em novas franquias maior a chance de atrair uma pessoa que nunca se interessou antes por games, já que ela precisa ver coisas novas e tentar coisas novas, já que as antigas não lhe agrada. Foi por isso que o Wii fez o sucesso que fez, por ser novidade. E a Nintendo correu um risco consciente disso e acabou conseguindo conquistar o mercado. Lembrando que a Nintendo é experiente em correr riscos.

Para concluir: Se você sonha em desenvolver jogos, tente ser criativo e inovador. Não me pergunte como porque também estou tentado. Se você gosta (adora ou ama) jogar, ao comprar seus jogos lembre-se que você está falando da forma mais direta possível para as desenvolvedoras que aquele jogo vale a pena, principalmente as franquias novas.

Primeira Jornada Gamer em São Paulo

 Enquanto isso no mundo real...

A PUC-SP está organizando na próxima Sexta-Feira e Sábado (dias 10 e 11 de Dezembro) a Primeira Jornada Gamer. Este evento de origem académica (organizado pelo núcleo de Pós-Graduação da PUC-SP) visa  discutir e difundir a parte profissional do desenvolvimento de entretenimento interativo digital (games).


Para aqueles que se interessam pelo desenvolvimento de games como carreira, acho que será uma excelente oportunidade. Exatamente por isso estarei presente lá. O cronograma mostra várias palestras que prometem complementar bastante o conteúdo de quem deseja se tornar game designer (E designer de games não é o artista. Quem faz a arte é o artista, o design pensa nas regras e mecânicas do jogo). Então nos vemos por lá!
 
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