Ordens do Comandante - Starcraft 2 Fan Fiction

Para quem não ficou sabendo, a Blizzard fez um concurso cultural exclusivo para a América Latina. A idéia era ter textos (Fan Fictions para ser mais preciso) escritos em português ou espanhol. O prêmio eram 3 edições de colecionador do Starcraft 2 autografadas pela equipe de desenvolvimento. Para ver os ganhadores e os detalhes entre neste link. Eu participei mas infelizmente não ganhei. Como eles não vão divulgar eu vou fazer esse favor a todos os leitores e divulgar esse texto ao qual me dediquei muito, apesar de não ser lá muito bom. Espero que gostem!

Ordens do Comandante

Daniel Macedo


O soco seco do rifle Gauss atingiu o ombro da armadura. E de novo. E de novo. E mais uma criatura alienígena caiu sobre a pilha já volumosa de corpos. Os zerglings tentavam persistentemente romper a armadura externa do bunker onde os homens estavam. E um fogo intenso continuava a sair na direção das criaturas que cercavam os homens.
Zerglings são os monstros que mais aparecem. São extremamente rápidos e podem destruir a armadura padrão de um marine em poucos segundos em grupos, geralmente gigantescos, cercando as suas vítimas e as impedindo de escapar. Posteriormente descobriu-se que estas pestes eram sempre criadas em duplas. Eles simplesmente se dividiam a partir de uma forma larval básica e até então inofensiva. Os maiores xenocientistas da antiga Confederação estudaram essas criaturas por anos e entendem pouco de sua fisionomia. A parte importante é: eles estão em guerra contra os Terrans e as armas funcionam, mas poderiam funcionar melhor.
Com o ultimo dos zerglings sem vida no chão os três homens começaram a respirar mais tranqüilos. Sabiam que não tinham muito tempo, pois aquele foi o sexto ataque nas ultimas quatro horas. Mas enquanto estivessem dentro do bunker e os alienígenas não ficassem criativos tudo estaria bem. Uma voz acompanhada de estática começou a ser reproduzida nos comunicadores dos soldados dentro do bunker localizado na entrada principal da base avançada.
- Movam-se. Quero que se juntem ao batalhão para o ataque na colônia principal. O Coronel não quer perder outro planeta.
- Entendido. Estamos saindo.
Então a porta reforçada do bunker se abriu, mostrando o exterior avermelhado de Mar Sara. Os homens se moveram em fila através da porta. Primeiro John, o Firebat, que tinha a armadura mais pesada e um lança-chamas. Esse equipamento padrão garantia que ele estava preparado para combates corpo-a-corpo. E é claro que ele era um piromaníaco assumido, e relativamente bem pago para isso no exército confederado. E esse trabalho era muito melhor que gastar seus dias nas minas do planeta Moria. Logo em seguida saíram Ed e Fred. Dois irmãos que adoravam armas desde criança e se alistaram no exército confederado apenas pra usá-las. Estavam em seu planeta natal e conheciam bem o terreno genérico do planeta. Então basicamente temos três encrenqueiros com oportunidade para usar seus brinquedos em alvos vivos. E como não tinham muito a perder, o risco de vida entre se alistar ou ficar vagabundando em seus planetas de origem era praticamente o mesmo.
O 5° Batalhão Expedicionário faz parte do Esquadrão Alpha, comandado e administrado pelo Coronel Edmund Duke. Estava estacionado as 0300 horas em uma planície remota do planeta Mar Sara realizando manobras de treinamento com o subcomandante Robert “Stone” Smith. Treinamento que se tornou rapidamente uma batalha sangrenta onde os recrutas encontravam a cada momento cenas e seres que não esperavam ver em suas curtas vidas. Formado tanto por membros alistados e criminosos reintegrados, era um bom batalhão no geral. John, Ed e Fred faziam parte desse batalhão e se orgulhavam disso. Tinham a mesma idade, se alistaram ao mesmo tempo e amavam seus brinquedos, o que os tornava irmãos, mesmo no caso de Fred e Ed, que já eram irmãos de criação e se alistaram juntos para ver como a vida no exercito era.
O ponto de reencontro com o batalhão principal era a alguns quilômetros de onde estavam, descendo a rampa que foi feita de entrada principal para a base avançada. Os 3 desceram a rampa e seguiram pelo terreno acidentado da planície. O ponto de encontro era depois de uma curva criada pelo planalto onde a base foi construída.
- De onde você acha que vieram essas coisas? - disse Ed.
- Para meu lança-chamas tudo que importa é quando eles param de vir. Afinal de contas saber de onde eles vem não melhora nossas chances aqui fora. - respondeu John.
Os Zergs eram o mais próximo de vida inteligente não humana que os Terrans do setor encontraram. E até um mês atrás a existência de vida não humana ciente era meramente especulação. Isso mudou bem rápido quando duas formas de vida tão diferentes umas das outras simplesmente apareceram em território confederado e arrasaram o planeta Chau Sara sem qualquer aviso prévio. Primeiro os Zergs, que simplesmente infestaram o planeta todo com seus grandes órgãos e um tecido que se espalhou pela superfície do planeta. Esse tecido era tecnicamente conhecido como creep, ou chamado pelos homens de gosma. Em todos os aspectos práticos esses órgãos são equivalentes as construções de treinamento e pesquisa dos Terrans. E logo em seguida a superfície do planeta foi completamente pulverizada por uma frota de naves avançadas de uma raça que se auto-denominava de Protoss. Se existia algum sobrevivente do planeta esse seria o 5° Esquadrão, que em sua maior parte estava estacionado no planeta durante o ataque inicial dos Zergs, lutando contra a infestação e evacuando antes que esta se espalhasse por todo o planeta fazendo com que os Protoss incinerassem tudo que estava na superfície. O Coronel até tentou organizar um contra ataque contra os Protoss mas eles simplesmente recuaram.
Os três viram os sinais dos combates que transcorreram anteriormente no terreno. Corpos irreconhecíveis, mas com certeza as pilhas eram compostas de corpos de ambas as espécies. De qualquer forma, eram apenas corpos, no campo de batalha não importavam mais. Mesmo assim a cena era chocante. Dezenas de corpos mutilados, sangue escorrendo e espalhado em padrões sobrepostos, mostrando a confusão do combate. O pior é que os desgraçados dos Zergs tinham sangue e tripas parecidas com a dos humanos, o que tornava tudo mais impressionante. Talvez o mais importante seja que apesar do choque, nenhum dos três estava enojado ou apresentava qualquer aversão a cena desoladora que viam no seu caminho para mais um combate de onde eles provavelmente não sairiam vivos e seriam tratados como estavam tratando seus companheiros deitados ali.
No fundo as ordens do comandante para outros soldados podiam ser ouvidas, e as coisas não estavam nada bem. Os três sabiam disso pelos tons das vozes, quase sempre gritadas, e pela falta de respostas quando nomes dos soldados em campo eram chamados. Os três homens concordaram que deviam se apressar. E foi isso que fizeram. Infelizmente o Comando não havia distribuído StimPacks para eles, o que significava que pelo menos evitariam sangramentos em lugares inconvenientes durante o combate, mas teriam que se satisfazer com a velocidade habitual de trote.
Quando se aproximaram do local do combate receberam a informação: Não havia mais combate, ou pelo menos não havia mais soldados para combater. Parece que os alienígenas tinham superado as expectativas e ficado mais criativos. O link de comunicação se abriu:
- Quero vocês três na posição indicada para descobrir o que diabos aconteceu. Depois reportem de volta a base.
John então falou algo sobre os companheiros que sabiam que estavam lá, homens com os quais tinham treinado. Não eram todos nos quais podiam confiar, ou então não precisariam da reprogramação neural, mas pelo menos todos tinham interesse de sair dali vivos, e sabiam que manter o homem do seu lado vivo era a melhor forma de garantir que eles também sairiam vivos, principalmente contra um inimigo que, ao contrário dos Filhos de Korhal, não negociava, não aceitava rendição e não poupava nada que se movesse.
Histórias já circulavam no quartel de que os Zergs aprendiam matando. Simples assim. Eles matavam uma espécie e de alguma forma macabra aprendiam como aquela espécie conseguia fazer algo de útil. Pelo o que os cientistas sabiam, algo como cientistas não existiam dentre os Zergs. As teorias mais mirabolantes, e incrivelmente aceitas até agora, falavam sobre seleção genética. Os Zergs pegavam amostras de tudo que matava e tentava usar o código genético neles mesmos. Essa teoria era especialmente reforçada pela diferença gritante entre os dois componentes das tropas Zergs conhecidos: Os drones e os zerglings. Os drones eram por regra inofensivos, e não eram usados durante os ataques. Os zerglings eram a força principal de ataque e um pesadelo em forma de uma criatura cheia de garras e espinhos e de tamanho aproximado de um cachorro de médio porte extremamente musculoso. Sua coloração era vermelha com detalhes em roxo. Caso uma marine fosse cercado, como os zerglings sempre tentavam fazer, as chances de sobreviver eram praticamente nulas, a não ser que existisse dez homens a postos atirando nos malditos.
O grupo se aproximou do local onde o combate tinha começado e terminado. Os uniformes com detalhes brancos, que era a cor do Esquadrão Alpha e motivo de muito orgulho, podia ser facilmente confundido com o dos Filhos de Korhal, que era vermelho. Dezenas de homens haviam perdido suas vidas, causando o maior dano possível ao adversário, principalmente por não ter nada se movendo em toda área visível, de nenhuma das duas espécies que haviam se confrontado. Ed se aproximou de um dos corpos que mais se parecia humano e tentou ver o que o havia matado.
- Olhem isso aqui. Este não foi desmembrado como os outros. - Enquanto falava isso removia um espinho que se parecia com um osso serrilhado.
- Você acha que algum desses zerglings pode ter perdido isso por ai? - Perguntou Fred.
- Não... olha pra esse zergling aqui do lado. Ele não tem nada parecido, e todos que já matei não tinham nada do gênero, não que eu tenha prestado muita atenção.
Quando eles começaram a falar novamente a terra a 3 metros de distância começou a se remexer. Em poucos segundos algo havia saído da terra. Tinha cerca de 2 metros e meio de altura, não tinha patas, apenas uma calda, como se fosse uma cobra, e uma postura que lembrava uma naja pronta para o ataque. Seu corpo avermelhado rapidamente virou-se de costas para Ed, e suas costas cheias de protuberâncias ósseas abriu-se e começou a disparar rapidamente em Ed, que não teve muito tempo para se abaixar sob uma pilha de corpos próxima. Enquanto isso Fred disparava seu rifle e gritava palavrões ininteligíveis. John ativou a ignição secundária de seu lança chamas, e logo em seguida disparou um longo jato de gás vespene refinado contra a criatura, criando uma severa bola de fogo em linha reta na direção do monstro. A criatura continuava atirando sem descanso até que não suportou o dano, tanto do fogo quanto dos projeteis magneticamente acelerados do rifle Gauss.
- O que diabos era aquilo? - Perguntou John.
- Não sei, mas não era amigável. - Disse Ed, se levantando do chão. Sua ombreira estava partida por ter sido penetrada por um projétil ósseo.
- Acho que foi isso que aconteceu com nossos companheiros aqui. Comando, aqui é “Alpha 5 E 551”, acho que encontramos o que aconteceu com os garotos que estavam aqui, parece que os gosmentos mudaram de tática, cambio.
- Entendido “551”, voltem a base imediatamente.
E foi isso que fizeram. Não era hora de se preocupar com o bem estar post-mortem de seus companheiros. Era hora de sobreviver.
Chegando a base eles viram uma movimentação desagradável. Principalmente pelo fato de que novos soldados não estavam sendo equipados. O perímetro defensivo estava devidamente arranjado mas nada de tropas adicionais.
- Nossas ordens mudaram. Não devemos enfrentar os gosmentos a não ser que eles invadam o perímetro externo da base. - Disse a voz do subcomandante responsável.
Então, surgiu do mesmo comunicador um chiado agudo, seguido por um chiado que foi baixando de freqüência, se tornando cada vez mais grave e inaudível até que a seguinte mensagem pode ser ouvida: “Junte-se aos Filhos de Korhal e faça pelo seu planeta aquilo que a Confederação não fez pelo nosso.” A mensagem se repetiu algumas vezes até que os técnicos de comunicações confederados conseguiram retomar o controle.
- Você acha que vão fazer com Mar Sara o mesmo que fizeram com Korhal? - Disse Ed.
- Se você começar a pensar em coisas do tipo, provavelmente sim. Mas o que me dá medo é que aqueles outros alienígenas podem fazer aqui o mesmo que fizeram em Chau Sara. - Disse Fred.
- Sou meio suspeito para falar mas do jeito que a coisa vai acho bom pensarem em tentar tirar sua família daqui. Ouvi dizer que magistrado local, aquele que ajudou o Jimmy antes dele ser preso, está organizando um ponto de resgate não muito longe daqui. Se eu fosse vocês pegaria algumas vultures e tirariam sua família daqui.
Jimmy era como os locais conheciam Jim Raynor, um delegado local, ex soldado confederado. Diziam os boatos que o Coronel tinha dado voz de prisão militar para Jimmy por ter matado alguns gosmentos e destruído uma construção supostamente infectada junto com o magistrado local. Jimmy não ia ficar parado vendo o mundo que protegia ser invadido sem ajudar a defender seus habitantes, pelo menos isso os três sabiam. Rapidamente decidiram que o melhor curso de ação era pegar algumas vultures e escapar para a resistência organizada pelo magistrado com quem Raynor trabalhara, já que aquela batalha lutada pelos confederados não seria ganha na defensiva.
Ao anoitecer eles se dirigiram a fábrica para pegar as vultures. Quando chegaram viram um caminhão de transporte que conheciam muito bem. Era do sargento de suprimentos. Provavelmente tentaria chegar a algum posto avançado para entregar alguma coisa de que o posto precisava. O traço mais notável era seu volante, que tinha sido customizado pelo sargento para se parecer uma corrente. O sargento e mais um de seus homens entraram no caminhão deram partida e foram em direção a saída da base. Os três companheiros de fuga então pegaram suas respectivas vultures, já preparadas pelo sargento de suprimentos anteriormente para eles fazerem a patrulha noturna, e saíram pela entrada secundária da base.
Muito atentamente seguiram procurando por sinal dos gosmentos. Viram algo inimaginável. Uma horda de sombras disformes podia ser vista ao longe. Provavelmente eles superavam os números dos soldados na base em três para um. Entraram imediatamente em contato e informaram isso. O comando mandou que retornassem e defendessem o perímetro externo, mas eles já sabiam que sem evacuação aquilo seria suicídio. Então decidiram simplesmente desligar seus transponders e os comunicadores de longa distância. Para todos os efeitos assumiriam que seus corpos estavam apodrecendo após uma emboscada de uma tropa secundária dos Zergs. Tomaram o rumo do acampamento do magistrado.
A viagem demorou longas horas. Um silêncio de apreensão surgiu no grupo. Os três sabiam que podiam ser emboscados por gosmentos, ou até por humanos dos Filhos de Korhal, que estavam em órbita com certeza. Mas pelo o que ouviram pelo rádio eles tinham se saído melhor que aqueles que ficaram na base, já que o sinal padrão de resgate estava ativo a algum tempo. Isso indicava que provavelmente todos estavam mortos e abandonados pela confederação. Agora só restava salvar a própria pele.
A base estava um caos total. Pessoas chegavam correndo, soldados seguiam na direção contrária para garantir a segurança delas e de tantas outras que já estavam se empurrando para entrar nos abrigos improvisados.
- De onde são e o quê diabos estão fazendo aqui? - Perguntou um dos soldados armados. Os detalhes em azul de sua armadura de combate demonstravam que era um sargento.
- Somos da Quinta Expedicionária. Conseguimos sobreviver ao ataque em nossa base porque estávamos fora da base na hora. Quem está no comando? - Falou John.
- O magistrado do planeta. Mas você pode falar com o tenente ali.
Enquanto seguiam para falar com o tenente viram a mãe de Fred e Ed sentada em um dos abrigos.
- Mãe, como vocês chegaram aqui?
- A cidade foi evacuada a poucas horas. Esperávamos encontrar segurança aqui mas nada está indo bem.
- Fique aqui e obedeça tudo que pedirem para a senhora, está bem? – Então Fred e Ed beijaram a testa de sua mãe e irmã saíram em busca do tenente.
A alguns metros de onde o tenente estava ele já podia ser visto gritando com os soldados, quando se aproximaram já começaram a ouvir os gritos dirigidos a eles.
- Então vocês são da quinta? Porque demoraram tanto? Não importa! Porque não vão dar uma força no perímetro defensivo, temos 2 frontes e está difícil encontrar homens o suficiente para defender tudo.
E assim eles fizeram. A base se disponha da seguinte forma. Existiam 3 construções que cercavam todo o fronte norte da base. Entre cada uma delas existia uma passagem estreita, onde os SCVs construíram bunkers. Da parte superior das construções os marines podiam se posicionar para disparar a vontade nos corredores. O magistrado local estava comandando os esforços do centro de comando local. Providenciou minas terrestres, que eram dispostas nos corredores pelas vultures. Então as vultures voltavam para a parte mais interna dos corredores e aguardavam. Aguardavam pelas dezenas de gosmentos que vinham e eram destruídos, onda após onda, e as baixas aumentavam a cada minuto em ambos os frontes, até que uma transmissão do magistrado começou.
- Boas notícias e más notícias. As boas notícias são que arrumamos transporte para fora do planeta, a má notícia é que são os Filhos de Korhal. Mas eles me garantiram que estarão aqui em trinta minutos, então segurem esses malditos até lá.
Enquanto isso, o Cruzador de Combate Hyperion estava em órbita. Arcturus Mengsk olhava para os monitores que mostravam as comunicações e a posição das tropas no planeta.
- Senhor, as naves de resgate estão prontas, podemos chegar em 10 minutos a localização da base de resistência.
- Não precisa se preocupar tanto. Quero saber se esse comandante viverá para ser de alguma utilidade para nós. Pode chegar a base deles em trinta minutos.
O combate prosseguia ardentemente. O lança chamas de John quase não tinha tempo para manter sua temperatura nas condições aceitáveis. Ed e Fred atiravam com seus rifles sem parar até que uma transmissão foi ouvida.
- Amarrem-se ai dentro pessoal, vamos sair daqui.
As tenentes das naves de resgate tinham estacionado na extremidade sul da base, chegando próximo ao solo e abrindo suas portas para receber os refugiados.
- Pessoal, hora de sair desse buraco, abandonem seus postos e sigam para a extremidade sul da base.
Fred, Ed e John começaram a correr. Três espinhos ósseos atingiram Ed nas costas. Sua armadura de combate mal conseguia manter seu funcionamento básico. Fred começou a atirar em um dos 3 lagartos que os soldados começaram a chamar de hydralisks durante os ataques mais cedo. John passou o braço por baixo dos ombros de Ed e começaram a correr desesperadamente. Um pouco mais atrás alguns homens eram atacados impiedosamente pela horda Zerg. Ao longe era possível ver grandes pássaros pré históricos com grandes corpos e asas gigantescas. Eles tinham aparecido a pouco tempo no combate e conseguiam respingar seus ataques ácidos em vários homens. E aparentemente estavam indo em direção das naves de resgate. Os três corriam e atiravam enquanto podiam. Centenas de civis estavam entrando nas naves, que decolavam assim que estavam com a capacidade próxima da máxima. Os 3 soldados entraram em uma das naves, que decolou imediatamente enquanto sua rampa de carga fechava.
Ao redor o combate continuava apenas de um lado, já que as naves de resgate eram alvejadas e derrubadas por espinhos ósseos disparados do solo e rajadas ácidas disparadas pelas grandes aves alienígenas que já eram chamadas de mutalisks. Assim que as naves restantes saíram das alta atmosfera do planeta Mar Sara foi possível ver a frota de naves irreconhecíveis se posicionando, e algumas já disparando grandes bolas de plasma na superfície do planeta. Aparentemente o destino de Mar Sara era o mesmo de seu irmão Chau Sara. O mesmo servia para os irmãos Fred e Ed, junto com seu amigo John, que estavam agora a caminho de um grande Cruzador de Batalha com a insígnia e os detalhes de sua blindagem maciça em vermelho, a cor dos Filhos de Korhal, e as letras colossais formando a palavra “HYPERION”. Muitos haviam sobrevivido, e outros tantos perdidos no processo. A irmã de Fred e Ed estava gravemente ferida, e talvez não sobrevivesse. Mas a luta continuaria, e da próxima vez os Zergs não teriam uma vitória tão fácil.

Review: Halo: Reach

Geralmente evito escrever reviews aqui, porque nosso foco não é falar de jogos especificamente. Mas como ando sem muito o quê escrever vou falar minhas impressões sobre a campanha do Halo: Reach. Afinal de contas já tratei do multiplayer durante o beta.

A campanha, pra quem não sabe, conta a história do Noble 6, novo membro da equipe de Spartan-III Noble, que está estacionada no planeta Reach. O planeta Reach por sua vez é a principal fortaleza e estaleiro humano na galáxia.Não vou contar muito mais que isso porque seriam spoilers sobre a história que ocorre dentro do jogo.



Quanto aos gráficos eles estão muito superiores aos do Halo 3. Entretanto em alguns momentos do jogo ocorreram algumas quedas de desempenho que podem ser desconfortáveis para os jogadores mais exigentes. Cenas com chuva e usando armas com zoom são as mais afetadas. Do mais o jogo é o mais bonito que já joguei no 360 (que não são tantos assim. Para ver a lista completa veja a lista aqui: http://raptr.com/CmdEdem).

A musica do jogo é a melhor da série, que por regra já consegue oferecer uma ambientação incrível. Entretanto a dublagem em português mais uma vez deixou a desejar. Não ficou tão ruim quanto a do Halo 3, mas a ausencia de legendas traduzidas e algumas traduções extremamente literais fazem com que o texto fique artificial, baixando a qualidade do jogo.

A jogabilidade não mudou muito e a mecânica de escudo lembra muito o primeiro jogo da série, com escudos recaregaveis e vida recuperável através de kits médicos espalhados pelo cenário. Talvez a mudança mais considerável seja as fases de combate aéreo, incluindo a de combate espacial, do qual gostei muito e é uma mudança muito bem vinda no mesmo FPS de sempre. Inclusive acho que o modo Firefight poderia incluir algo envolvendo as naves de combate Sabre contra hordas interminaveis de invasores Covenant.

O veredito é: Halo: Reach é um jogo que deve jogar se você gosta da série e de shooters em geral. Muitos vem aclamando que é o melhor jogo da série, e com certeza o jogo está muito bem trabalhado e acabado, mas a versão em português deixa a desejar no audio, mostrando falta de cuidado com a tradução.
 
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